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Pandemia afeta também a saúde mental de enfermeiros

No Dia da Enfermagem, 12 de maio, profissionais contam como tem sido trabalhar na maior crise sanitária dos últimos 100 anos



Por Amanda Ares




O Prefeito e secretários ao vacinar a primeira enfermeira em Niterói. Foto: Divulgação


Eles passam dias e madrugadas em UTIs socorrendo pacientes e sofrendo com suas famílias. Uma rotina tão tensa e dolorida tem afetado também a saúde mental de enfermeiros e demais profissionais de saúde, homenageados neste 12 de maio, Dia da Enfermagem. É o que conta Ana Cristina Oliveira, enfermeira há 25 anos e coordenadora de estágio em enfermagem da Anhanguera em Niterói, que nunca viveu nada parecido com o que tem visto no último ano:


- O exercício profissional está sendo um desafio porque, além da questão inerente à profissão, a saúde mental dos profissionais está muito prejudicada. É uma outra pandemia, de falta de saúde mental.

É o que também descreve o enfermeiro Celso Júnior, de 39 anos, que viu colegas seus pedirem licença médica por problemas emocionais, como depressão:


- Alguns colegas precisaram se afastar por questão psicológica. Dos que eu conheço, uns três fizeram isso, por depressão.


Celso foi contratado em abril de 2020 pelo Hospital Casa São Bernardo, no Rio, e começou a sentir os sintomas da Covid dias depois de começar a trabalhar:

- Fui contratado por causa da pandemia. Não tive medo, mas alguns dias depois eu adoeci de covid. Fiquei um pouco mal, mas não cheguei a ficar internado. Fui atendido em uma UPA, peguei um atestado, e como ninguém sabia o que prescrever, eu mesmo me mediquei, pois tinha medo da mancha no meu pulmão virar uma pneumonia bacteriana. A gente achava, na época, que era uma infecção só pulmonar. Não sabia que era uma infecção que se espalhava por tantos órgãos.


Ele acredita que tenha se contaminado no próprio hospital onde começou a trabalhar, ou no BRT:

- Ainda não havia campanha incentivando o uso de máscara, e o BRT era lotado.

Ele conta que um desafio no início da pandemia era saber como proceder, pois ainda não havia protocolos de enfrentamento dos casos graves de Covid. Além dele, quase todos os colegas adoeceram, pois não houve treinamento específico à época. O jeito era fazer distanciamento e isolamento social, para proteger a família:


- Fazíamos o que a mídia indicava: fazer quarentena e evitar contato. Moro com meus pais, de 40 e 65 anos, e ficar trancado no meu quarto foi o que cuidou dos meus pais.


Atualmente, Celso atua no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), onde todos os profissionais já foram imunizados.


Celso recebe vacina contra a Covid-19. Arquivo pessoal.


Ele diz que, por causa das sequelas causadas pela doença, um paciente pode voltar a precisar ter de retornar à enfermaria depois da alta por Covid, o que sobrecarrega a categoria:

- A pandemia é algo que pressiona seu psicológico, porque você vê muitas pessoas morrendo, e às vezes até quando as pessoas se recuperam, ficam com os efeitos pós- infecção, e voltam ao hospital, porque essas variantes que vieram das mutações têm acometido outros órgãos vitais. Os casos mais graves, como as tromboembolias, podem levar a óbito também.



Celso desabafa em suas redes sociais.


Prefeito e Secretário de Saúde de Niterói parabenizam enfermeiros


Em seu instagram, o Secretário de Saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira, parabenizou o trabalho dos enfermeiros durante o último ano e ressaltou sua importância para o atendimento no Sistema Único de Saúde:

- Quero agradecer o trabalho incansável, principalmente nesse momento de pandemia, em que cada um de vocês se dedicou para melhor atender a população de Niterói.

O Prefeito Axel Grael também publicou um texto parabenizando a categoria.

“Desde o ano passado, enfermeiros e enfermeiras atuam na linha de frente e se doam intensamente. Seja no hospital, realizando testes, ou aplicando doses de esperança no braço de cada niteroiense”, escreveu o prefeito.


O A Seguir: Niterói parabeniza a todos os profissionais de enfermagem atuantes na cidade, pela sua dedicação, competência e coragem, durante a atuação na crise sanitária mais grave do último século.




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