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NPC promove diálogo entre famílias camponesas e moradores de favelas carioca

Boletim sobre Sistemas Populares de Abastecimento Alimentar

A pandemia do novo coronavírus intensificou a rotina de trabalho dos comunicadores populares do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). Além de produzir o Diário da Pandemia na Periferia, um boletim sobre o avanço da Covid-19 nas favelas cariocas, o grupo também se organizou para promover ações de solidariedade. Com uma campanha de arrecadação que se espalhou rapidamente, 60 famílias de favelas cariocas tiveram as dispensas reabastecidas, ao mesmo tempo que famílias camponesas encontraram um mercado garantido para o escoamento de sua produção.


O movimento teve início ainda em abril, quando a pandemia começava a avançar em passos largos na Pavuna, bairro da zona norte do Rio. Através da mobilização da categoria de professores da região, O NPC recebeu a informação de que 11 alunos de um colégio estadual da região começavam a sentir os efeitos da crise, o que motivou a busca por uma rede de colaboradores. A meta inicial, de ajudar as famílias dos 11 jovens durante dois meses, precisou ser reestruturada porque a quantia arrecadada foi três vezes maior. O trabalho resultou em uma ação de solidariedade e mobilização que fez a doação de 62 cestas básicas, montadas e distribuídas por professores na Pavuna.


“A grande contribuição dos seguidores nas redes sociais possibilitou que o NPC também distribuísse as doações para movimentos de agricultura familiar. Claudia Santiago, coordenadora do grupo de comunicação, conta que o objetivo era fortalecer os dois lados envolvidos na alimentação: os consumidores e os produtores. Ela destaca o problema da propriedade privada no Brasil e sua influência no acesso a uma alimentação e uma moradia digna. “Isso motivou nosso apoio à cozinha do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que prepara comida para pessoas vulneráveis, e a outros movimentos de pequenos agricultores”.


Além do MTST, movimento de luta pelo direito à moradia, outros três movimentos participaram das mobilizações: as Brigadas Populares, o Terra Crioula – iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra com objetivo de aproximar campo e cidade oferecendo a cada 15 dias uma feira repleta de alimentos agroecológicos na Lapa – e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), um movimento camponês que busca resgatar a identidade e a cultura camponesa. Todos esses movimentos têm realizado ações de apoio às pessoas vulneráveis no cenário atual da pandemia e o NPC realizou doações a cada um deles. Além disso, as Marmitas Solidárias organizadas por movimentos populares e sindicais do Rio de Janeiro também receberam doações.


Parte das doações foram para o bairro de Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. A Fundação Angelica Goulart, que realiza campanhas de assistência social com crianças, adolescentes, jovens e adultos, recebeu ajuda do NPC. Nesta pandemia, o trabalho presencial foi suspenso, doações de materiais de higiene pessoal e alimentos continuaram chegando às comunidades locais. Na Zona Norte, o Núcleo colaborou com a Comunidade São José Operário, que presta assistência a famílias vulneráveis da Praça Seca.


Em relação ao futuro do projeto, Claudia demonstra certa preocupação. O NPC é composto por estudantes e profissionais de diversas áreas, principalmente de comunicação, que residem em territórios periféricos do Rio de Janeiro. Nesta edição do curso anual de comunicação popular, cerca de 200 alunos estão acompanhando as aulas remotamente. Alguns, entretanto, já sentem os efeitos da crise, e a coordenadora planeja dar continuidade à campanha de solidariedade para ajudá-los. “Faremos um levantamento para saber se existem famílias de alunos ou pessoas nos seus locais de moradia com dificuldades de alimentação e, então, tentaremos ajudar”, disse Santiago.



Informações sobre o projeto:

Núcleo Piratininga de Comunicação – NPC

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