Para explicar a campanha de solidariedade que está sendo promovida na Comunidade São José Operário, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, o “Diário da pandemia na periferia” entrevistou moradores do local. Eles falam sobre como está sendo feita a ação, quem tomou a iniciativa, formas de ajudar e como está o engajamento da comunidade. Confira!
Por Júlia Verdan/NPC

NPC - O que é essa ação?
Bruno Lima - A ideia surgiu devido ao agravamento da situação da COVID-19 e seus impactos nas favelas. No Domingo de Ramos (dia 5/4), a Paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração, juntamente com a rede de economia solidária Dom Elder Câmara, a pastoral de favelas, o Núcleo Piratininga de Comunicação e a Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação, iniciou uma campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis. Ou seja, água, produtos de limpeza e higiene pessoal, fraldas para crianças e idosos, além de equipamentos de proteção individual para ajudar as famílias da comunidade na prevenção à doença.
NPC - Quem tomou a iniciativa para essa ação e por quê?
Padre Alisson - A iniciativa foi do Bruno Lima, morador da São José Operário, juntamente com o apoio da comunidade e da Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, além de outros ÓRGÃOS e ONGs. A ação surgiu para que, nesse momento de pandemia, possamos ser solidários às famílias que mais necessitam de alimentos, materiais de higiene e de limpeza. É fruto desse olhar para essas famílias mais carentes da comunidade.
A ação funciona com a contribuição de doadores, pessoas solidárias da paróquia, da comunidade e também por meio de ONGs. Ou seja, pessoas que fazem doações de alimentos e materiais de higiene e limpeza para quem tem necessidades.
É um trabalho bonito esse que está sendo realizado. Nós estamos percebendo o envolvimento, a dedicação e a solidariedade das pessoas neste momento em que nasce algo novo: um zelo e um cuidado pela vida.
NPC - O que está sendo feito?
Sara Matheus - Essa ação de solidariedade visa atender as famílias que estão mais vulneráveis nesse momento em que todos precisam estar isolados socialmente. É preciso ficar em casa e tomar cuidado para não haver nenhum tipo de aglomeração. Por conta disso, muitas famílias estão sofrendo, porque não podem trabalhar, não podem levar o pão de cada dia para as suas casas. Por isso nós estamos tentando ajudar o máximo de pessoas; para amenizar esse sofrimento e para que passem por essa situação de pandemia com tranquilidade.

NPC - Como é possível participar? Quem não mora na comunidade pode ajudar?
Sara Matheus - Um dos meios de participar da campanha de solidariedade é entrando em contato pela página da comunidade São José (Facebook: @capelasaojoseoperario), deixando sua mensagem, para vermos a melhor forma de coletar a sua doação. O ideal é a gente concentrar na Capela São José [...] ou na Matriz da Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, que fica na Rua Barão.
Quem não mora na comunidade pode e deve ajudar. Uma das formas mais práticas e eficazes é verificar nos seus condomínios, suas vilas e nos edifícios onde moram a melhor forma de divulgar essa campanha. Podem deixar algum carrinho de compra ou uma caixa com um aviso da campanha de solidariedade que está sendo direcionada para a Comunidade São José Operário. Desta forma, além de contribuir, você estará nos ajudando a divulgar a campanha para os seus vizinhos, amigos... Eu acredito que essa seja a melhor forma de ajudar nessa grande rede de solidariedade.
NPC - A comunidade está engajada?
Alisson Ribeiro - Tenho nesse momento a consciência de que a comunidade está bem engajada e sendo responsável. Preocupadas e tendo o cuidado de lavar as mãos, as pessoas estão em casa, não tem crianças na rua. Está bem controlado aqui na comunidade.
Quem são os entrevistados:
. Bruno Lima é morador da comunidade
. Padre Alisson é missionário do Sagrado Coração, Vigário na Paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração
. Sara Matheus faz parte da CJPIC (Missionários do Sagrado Coração
. Ailsson Ribeiro mora na comunidade São José Operário há cinquenta anos

RESUMO DAS PRINCIPAIS AÇÕES:
· Recrutamento de voluntários para a ação;
· Orientação sobre os procedimentos de saúde com os voluntários;
· Levantamento das famílias carentes;
· Contato com organizações e pessoas para doação;
· Definição de ponto de coleta com dia e hora marcados, dentro da própria comunidade;
· Divulgação da campanha de arrecadação, definindo os itens que devem ser doados;
· Recolhimento e separação das doações no dia marcado, respeitando os procedimentos de saúde;
· Ação de entrega às famílias, respeitando os procedimentos de saúde;
· Publicação da campanha de doação e de orientações de saúde pelas redes sociais;
· Impulsionamento das publicações.
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